No Araguaia foram achadas mais quatro
ossadas
Restos
mortais podem ser de desaparecidos políticos
O
Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA) localizou quatro novas ossadas na região da
Guerrilha do Araguaia em sua última expedição, em meados deste mês. Os restos
mortais foram levados para a Universidade de Brasília (UnB). Agora, chega a 23
o número de ossadas de supostos opositores da ditadura guardadas na
universidade.
Ontem,
a Comissão da Verdade criticou a lentidão na identificação dessas ossadas e
cobrou explicações do governo. A Polícia Federal criou o Núcleo de Pesquisa em
Identificação Humana para Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculado ao
Instituto Nacional de Criminalística, justamente para cuidar desses casos.
-
Há um núcleo da PF só para isso e temos que saber por que não está ágil, não
está pegando. Queremos saber da Polícia Federal em que pé estão essas
investigações, quantas são, por que está lento o trabalho, e se precisam de
ajuda - disse o ex-procurador Cláudio Fonteles, integrante da Comissão da
Verdade.
Na
semana passada, a comissão pediu ao Ministério da Justiça informações sobre o
andamento desse trabalho, que inclui também a identificação de restos mortais
exumados dos cemitérios de Perus e Vila Formosa, em São Paulo, onde foram
enterrados presos políticos mortos pela repressão.
A
comissão também pediu informações ao Ministério da Defesa sobre documentos do
período da ditadura que foram destruídos. Põe em dúvida a informação que o
Ministério da Defesa deu em 2010 à Casa Civil da Presidência de que documentos
com graus de ultrassecreto, secreto, confidencial e reservado foram destruídos com
base em leis anteriores. Para a comissão, a destruição desses documentos exigia
a lavratura do Termo de Destruição, o que não aconteceu.
A
Comissão da Verdade fez ontem sua primeira audiência pública. Foram ouvidos
dezenas de perseguidos políticos, familiares e militantes de direitos humanos.
Eles levaram documentos e pediram investigações sobre casos específicos.
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