quarta-feira, 20 de junho de 2012

Manifestantes realizaram protesto contra suposto torturador no Rio de Janeiro


foto: André Teixeira (O Globo)
RIO - A Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça realizou, na manhã do dia 19 de junho, um protesto na Zona Sul do Rio contra um suspeito de torturar militantes de esquerda durante a ditadura militar. Cerca 2,5 mil pessoas, de diversos movimentos sociais, participaram do evento, intitulado "Escracho".
A concentração do ato começou na Avenida Pasteur (Urca), em frente à Unirio, por volta das 8h. De lá, os manifestantes seguiram até a Rua Lauro Müller, em Botafogo, onde mora o suposto torturador, identificado como Dulene Aleixo Garcez dos Reis, que era capitão da Infantaria do Exército em 1970.
De acordo com o movimento, Dulene participou da tortura ao jornalista e secretário geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Mario Alves (foto). Ele foi morto dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca.
A maior parte dos manifestantes integra a Via Campesina, organização camponesa internacional na qual está incluído o MST. Pelo menos 1 mil pessoas do movimento participaram. Elas estão acampadas no sambódramo para a Cúpula do Povos, da Rio+20.
- O movimento começou no Rio Grande do Sul, por meio da Via Campesina, em 2006. Mas agora já há outras células pelo Brasil. No começo desse ano, quando já havia um processo de identificação (de militares) e expansão do movimento, a gente conseguiu fazer uma reunião com 17 estados - disse Carolina Dias, estudante de Ciências Sociais da UFRJ e porta voz do "Levante Popular", grupo que organiza os protestos e participa da Articulação Nacional.  Além de constranger militares, o objetivo dos manifestantes é pressionar a comissão da Comissão da Verdade para que haja punição aos torturadores do regime militar.
- No nosso entendimento, a posição do Supremo não é correta. Não concordamos com a visão dos ministros sobre a Lei da Anistia. Achamos que tem que ter punição - disse Daniel Iliescu, Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), também presente no evento.
Em frente ao número 96, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “torturador” e “assassino”, e cantaram ao som de instrumentos de lata.
- Seu vizinho é um torturador, seu vizinho é um torturador - gritaram paras as pessoas que observavam, da janela, o protesto.
Para Carolina Dias, o ato é inspirado em movimentos da América Latina de protestos pós-ditadura. Participaram do ato também militantes do PSOL, especialmente da chamada "Frente Marcelo Freixo", do PCB, da Marcha Mundial das Mulheres e outros partidos de esquerda.
Por conta da manifestação, o trânsito na região registrou intenso congestionamento..Cerca de 30 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar garantiram o isolamento do prédio, e um helicóptero foi usado para monitorar a manifestação.

Fonte: O Globo 

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