quarta-feira, 20 de junho de 2012

Morre Iramaya Benjamin, fundadora do Comitê pela Anistia


Foto: www.cecac.org.br

RIO - A fundadora do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), Iramaya de Queiroz Benjamin segurando um cartaz em manisfestação (foto ao lado de Tonico) , morreu nesta terça-feira, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ela foi enterrada às 16h no Cemitério São João Batista.
Durante a ditadura militar, ela teve dois filhos presos, torturados e exilados. Carioca, Iramaya Benjamin viu sua vida se transformar na luta pela anistia, ou seja, o perdão aos presos políticos do período. Depois do exílio do primeiro filho, e a prisão por longos cinco anos do mais novo, apesar dele ser menor de 18 anos, Iramaya formou um grupo de parentes de presos para organizar o comitê.
À frente dele, ela liderou passeatas, manifestações e realizou palestras contra a ditadura.
- Queríamos que o povo ficasse sabendo o que era o comitê e soubessem que a causa da anistia era a causa do povo brasileiro, para que o povo saísse daquele regime de escuridão - disse ela em 2006.
Além da anistia, o comitê lutava pelo fim da lei de segurança nacional e da lei que exigia atestado de ideologia política para admissão em empregos. Pedia ainda que os filhos de exilados políticos pudessem obter passaportes.
- Dávamos também apoio aos presos políticos por que muitos de nós tínhamos filhos presos.
Casada com um coronel do exército reformado, Iramaya conta que não era bem vista pelos militares e fingia não perceber para continuar seu trabalho.
- Para mim, o que estava em jogo era o bem estar, a felicidade dos meus filhos e, de quebra, a minha mesmo por que eu não tinha como ser feliz sabendo que meus filhos estavam no exterior, sem dinheiro e sem emprego.
Ao assumir a presidência da República em 1979, João Baptista Figueiredo não admitia falar em anistia. O comitê continuou com seus trabalhos.
- No último dia de julho o Figueiredo assinou a Lei da Anistia. As mães foram todas ao aeroporto com bandeiras, faixas e palavras de ordem. Foi um movimento muito bonito.

Fonte: Agência O Globo










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